Pensei por esta altura criar um post todo bonito para festejar o acontecimento.
Mas estou desanimada... não me apetece fazer nada. Por isso apenas fica aqui o registo:
VISITAS!!!
O secreto... O nunca partilhado... Eu e só eu... Como talvez ninguém conheça
Percorri desertos vazios
Sentei-me à beira de um rio
a tentar adivinhar para que mares corriam as suas águas
Senti a terra molhada debaixo dos meus pés
E segui caminhando
Atravessei pontes que não me levaram a lado nenhum
Subi montanhas solitárias na expectativa de tocar o céu
Olhei as estrelas com a certeza de ser observada por elas
Pensei que beleza do mundo se encontrava na insignificância da simplicidade
Pensei conhecer o mundo como a palma da minha mão
Perdi-me de tudo
Encontrei-me no nada
O Meu Blog foi a um Psicólogo!
EU: Boa tarde! Temos consulta marcada para as 16:00.
A menina da recepção: Boa tarde! Em que nome?
EU: “O Meu Mundo”!
A menina da recepção: Aguardem um pouco na salinha ao lado.
Sentamo-nos na salinha a conversar. Em pouco tempo uma voz chamou-nos
- O Meu Mundo! Pode entrar!
-Boa tarde! Então qual é o problema! – disse o psicólogo enquanto nos fazia o gesto para nos sentarmos.
-É assim Sr. Doutor, o meu blog diz que não anda bem. Mas não quis falar muito comigo acerca disso. Pediu-me para lhe marcar uma consulta num psicólogo e cá estamos nós! – disse eu prontamente com ar maternal (afinal sou eu que vou dando vida ao “Meu Mundo” quando lhe acrescento posts).
Nesta altura já o meu blog se contorcia na cadeira. Timidez e vergonha…! Não fosse ele filho de quem é…
O MEU MUNDO: Sabe Sr. Doutor eu nasci em Dezembro de 2006, mas só comecei a ganhar vida em Maio deste ano. Inauguraram-me com uma música dos The Gift “Fácil de Entender”. Nasci assim, de forma estranha. Normalmente os blogs têm como primeiro post um anúncio de nascimento. Eu nasci com uma música! Assim! Sem mais nada.
Realmente nunca tinha pensado nisto. O Meu Mundo nasceu de uma forma… Estúpida! Eu admito!
PSICOLOGO: E não te sentes bem com isso?
O MEU MUNDO: Não é isso! Mas é estranho! É diferente!
PSICOLOGO: Incomoda-te?
O MEU MUNDO: Faz-me sentir estranho! Andei a visitar outros blogs e… há tantos blogs… tantos géneros… E quase todos têm um tema. São ambientalistas, ou de intervenção politica ou social, ou são desportivos, ou são pelos animais, ou por uma causa… Eu não tenho um tema!
PSICOLOGO: Realmente há muitos blogs que se referem a temáticas específicas. Onde pensas que te inseres na comunidade dos blogs?
Neste momento quem estava a precisar de psicólogo era eu! “O meu blog não gosta de mim!” – pensava eu
Mas a consulta continuou.
O MEU MUNDO: Não sei. Acho que a Someone me deixa ao sabor do vento! Escreve quando lhe apetece sobre o que lhe apetece. Não me enquadro! Escreve coisas que ninguém entende! Assim ninguém me lê nem comenta…
EU: É verdade “Meu Mundo”. Eu escrevo sobre mim, sobre ti, sobre quem me rodeia, sobre os meus sentimentos e estados de espírito. Nunca me preocupei se te visitavam muito ou pouco. Escrevo em ti, para mim. Tu és o meu espelho.
Nesta altura já o psicólogo se recostava na cadeira a observar-me.
O MEU MUNDO (já em choradeira): MAS PORQUE É QUE OS OUTROS BLOGS SÃO TÃO COMENTADOS E EU NÃO!!!
PSICOLOGO: Não interessa se te comentam ou não. Se te vêm visitar muitas ou poucas vezes. Tu és aquilo que és e tens valor! Mesmo que só para a Someone.
Fez-se luz…!
EU: Eu amo-te bloguinho!!!
O MEU MUNDO: Eu também te amo Someone! Mesmo se escreves em mim coisas que ninguém entende! Mesmo se não me visitam, se não me comentam! Agora percebo a importância que tenho na tua vida… E quero permanecer em ti.
Saímos de lágrimas nos olhos… Nunca pensei que um blog tivesse sentimentos, mas afinal tem! Esta ida ao psicólogo serviu para nos entendermos melhor um com o outro. Agora ele sabe a importância que tem para mim e compreende mesmo que não seja tão visitado ou comentado como gostaria… O tema do meu blog… Sou EU!
EU AMO O MEU BLOG! EU AMO “O MEU MUNDO”!
Agora que a noite cai!
A sombras abatem-se sobre mim.
Tudo me parece tão vazio, tão negro, tão sem sentido.
A solidão invade esta casa
Sem deixar que a luz apague estas sombras
Sento-me no chão frio
Encolho-me em mim
As paredes fecham-se em mim
O mundo comprime-me e sufoca-me
Apenas a minha existência solitária!